sábado, 8 de outubro de 2011

Eutanásia


 A eutanásia, tem sido um assunto discutido um pouco por todo o mundo, devido à grande divergência de ideias quanto ao tema, pois, enquanto  que o Estado tem,  como princípio a protecção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que sendo pacientes incuráveis, pretendem abreviar as suas vidas de maneira controlada e assistida por um especialista.

Na minha opinião, a eutanásia deveria ser permitida, desde que com uma avaliação psicológica prévia por parte de um especialista ao doente, pois os doentes nessa situação, encontram-se incapazes de decidirem por si próprios, ou estão num estado de desespero que não lhe permite tomar uma decisão em plena consciência

Do ponto de vista religioso a eutanásia é vista como uma usurpação do direito à vida humana, devendo ser um exclusivo reservado ao “Criador”, ou seja, só Ele pode tirar a vida de alguém, mas será correcto fazer uma pessoa sofrer às portas da morte, apenas para conceder o direito de usurpação da sua vida ao “Criador”- uma entidade julgada por superior.

A eutanásia não apoia nem defende a morte em si, apenas faz uma reflexão de uma morte mais suave e menos dolorosa que algumas pessoas optam por ter, em vez de terem uma morte lenta e cheia de sofrimento.

A escolha pela morte, não poderá ser irreflectida. As componentes biológicas, sociais, culturais, económicas e psíquicas têm que ser avaliadas, contextualizadas e pensadas, de forma a assegurar a verdadeira autonomia do indivíduo que, alheio de influências exteriores à sua vontade.

A meu ver, as pessoas começam a abrir as suas mentes e começam a perceber que caso se encontrem numa situação de doença terminal acompanhada de sofrimento também poderiam desejar antecipar as suas mortes, prova disso é o facto de a Holanda e Bélgica agiram em cadeia: a primeira legalizou a eutanásia em Abril de 2002 e a segunda, em Setembro do mesmo ano. Na Suécia, é autorizada a assistência médica ao suicídio. Na Suíça, país que tolera a eutanásia, um médico pode administrar uma dose letal de um medicamento a um doente terminal que queira morrer, mas é o próprio paciente quem deve tomá-la.

O caso de Ramón Sampedro foi amplamente divulgado na televisão, e ficou-me sem dúvida na memória, fazendo-me reflectir

A repercussão do caso foi mundial, tendo sido destacada na imprensa como morte assistida.

A amiga de Ramón Sampedro foi incriminada pela polícia como sendo a responsável pelo homicídio. Um movimento internacional de pessoas enviou cartas "confessando o mesmo crime". A justiça, alegando impossibilidade de levantar todas as evidências, acabou por  arquivar o processo.

Conclui-se a partir destes pressupostos que em certos casos a eutanásia é melhor solução quendo tudo deixa de valer a pena e apenas um corpo inerte e em sofrimento, vegeta, sem qualquer esperança de recuperação, sem o mínimo de dignidade, sem aquilo que consideramos  o verdadeiro sentido da palavra VIDA.

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