sábado, 8 de outubro de 2011


Reflexão Pessoal - "Sociedade Inevitável"

Há uns tempos falei com um antigo professor universitário, numa festa de anos de um primo meu, em que, apesar de ter imensa gente da minha idade com quem falar, deu-me uma súbito crescimento mental.  Apareceu em mim uma visão, apeteceu-me saber mais, em troca de jogar Monopólio com pessoas que não sabem provavelmente muito mais do que eu, e mesmo que saibam, a discrepância para com esta pessoa de 72 anos de idade é enorme.
Já se sabe, na vida são feitas escolhas, e mesmo na hora de jantar, a minha fome desapareceu, ao saber de que tinha ali a oportunidade de me alimentar com o saber, saber esse, que me deixou de estômago cheio.
Os meus próprios pais ficaram algo surpreendidos, nunca tinham visto o filho trocar divertimento por cultura, mas eu não, eu sei quem sou, sei o que valho, sei o que escolho, sei o meu caminho.
Neste texto vou falar sobre sociedade, lembrei-me pois dessa noite, em que sinceramente já não sei sequer quando foi, mas isso não importa.
A Sociedade: incógnita, escondida, boquiaberta, pasmada, controladora, súbita, inevitável, imprevisível, escondida, má, boa, importante, constrangedora, tranquilizadora. Considero a sociedade com as minhas palavras anteriores, considero a sociedade como algo que é impossível uma pessoa mudar por si só. Sou uma pessoa muito crítica, sou aquele que gosta de arranjar argumentos para estar contra, não por ser do contra, mas para poder alimentar o meu pensamento e a minha conversa com aquela pessoa com quem dialogo.
Nunca fui de escrever sobre isto, mas sim de pensar, penso muito, apesar de não o mostrar e as pessoas não me conhecerem desse modo. Construo este texto a ouvir música que o líder do CDS-PP ouve, mas não por isso, porque é bom. Não me considero uma pessoa com medos, por isso não tenho problemas em fazer o que quer que seja, seja como for que esta mesma sociedade pense. A sociedade controla a mente das pessoas mais frágeis, ou talvez, não só dessas, mesmo daquelas que pensam que têm controlo sobre si. A sociedade é traduzida nos tele-jornais, nos programas, na diversão nocturna, traduzida em mim, em qualquer de nós. Ela consegue tranquilizar-nos, quando se enquadra com a nossa maneira de ser...
Na vida escolhemos caminhos, caminhos esses dispostos a nós pela sociedade. O que será que compensa? Este ou aquele? Na escolha de um caminho, um ser humano tem de se conseguir enquadrar ao máximo, pois se isso não acontecer, aquele não é o seu caminho. Na sociedade de hoje em dia, temos cunhas, temos contra-facção, temos muitas coisas que não deviam estár presentes no planeta, mas estão, pois neste planeta há uma sociedade.
Quando nos pedem para fazer algo, ou mesmo se formos nós a pedir a nós próprios, temos de considerar: Será que este caminho é bom ? É, pois vai-me dar muito dinheiro. Mas será que esse mesmo caminho se enquadra na minha pessoa? Não, eu não sou assim. E então que tal aquele caminho ? Aquele caminho irá dar-me menos dinheiro. Aquele caminho é parecido comigo ? É, eu enquadro-me ali. Então é aquele o que eu vou escolher.
Acabei de escrever um diálogo, um diálogo sem parágrafos, pois é um dialogo comigo mesmo, um dialogo entre o meu cérebro. As ideias de um ser são traduzidas nele mesmo, e as minhas ideias acerca desta sociedade, são que a mesma está errada, muito, muito errada.
A pensamento no que conta à escolha de um partido é por mim considerado uma metáfora daquele diálogo.
Temos de nos adaptar à sociedade, nascemos nela, somos ela. Ao longo do crescimento deparamo-nos com assuntos que não percebemos, nem eles, nem sequer a sua existência. Esses problemas de que falo, são os problemas que todos sabem, as corrupções, as tretas do mundo ele próprio corrompido na sociedade...
Não há nada a fazer, as coisas são como são, a Terra é como é.
Para nos adaptarmos a esta mesma sociedade, sim, porque adaptar é a mesmo a única opção. Temos de fazer algumas escolhas, como por exemplo, não argumentar com um professor porque ele nos vai baixar a nota, não reclamar com os própios pais, mesmo que seja para o bem deles, porque eles vão ficar chateados e condicionar ainda mais a nossa liberdade, entre outros.
Ao eu próprio escolher o caminho: “Não argumentar acerca da nota do período passado com um professor”, eu fiz uma escolha, uma escolha baseada na minha sociedade, e não na minha maneira de ser.
Tenho de me controlar várias vezes em que quero fazer algo, mas se os constrangimentos sociais não existissem, eu só falava, nunca me contia, e isso está mal. Eu próprio dia-a-dia sinto um acumular blasfémias que quero expulsar para o mundo, mais especificamente, para diversas pessoas, e sinto-me mal com elas dentro de mim, mas não há nada a fazer, nasci na sociedade que nasci e nada mais há a fazer do que me adaptar e fazer seguir os caminhos que, por ela construídos, mais se enquadrem em mim, no que eu sou.

Tiago Oliveira, nº21, 11ºD

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